Não é fácil manter a sanidade mental em tempos covid. O isolamento físico dos nossos amigos, familiares queridos, companheiros, vizinhos e colegas, é uma situação tão estranha, tão anti natura, de uma solidão forçada e angustiante, que nos obriga a um esforço sobre-humano para não desatarmos todos aos berros e aos murros.
E o medo.
Quanto aos berros, prática salutar de explosão do saco cheio, a expressão de uma detonação vocal em altos decibéis, convém seguir alguns conselhos dos peritos na escolha do local apropriado : no duche, num túnel ao passar um comboio, numa praia semidesértica, em frente a um cartaz do covid ou de um peluche com a forma do dito.





Sempre é melhor que nos enfrascarmos com comprimidos e mais comprimidos, uns quantos gins, passa, fazer partys clandestinas, etc.
Abordando a componente violenta dos murros, ou coisa pior, para não descambar em violência domestica, de namoro ou patronal (contra ou de), o melhor talvez é recorrer a uns calmantes quando a situação sai fora de controlo. Mas o que realmente é a melhor solução é sair imediatamente porta fora e desatar a correr, para quem pode, ou andar em passo acelerado, variando com uns saltos vigorosos e longos.
Andar de bicicleta também é bem relaxante.
Ou, para ser mais convincente, qualquer exercício físico exterior de duração considerável e acompanhado de vociferações harmoniosas ou não, faz milagres.
Eu, pessoalmente prefiro dançar e dançar perdidamente, em casa é claro, ao som de uma boa música afro-latina.
Quem está em teletrabalho, uns minutos de dança, acompanhando a letra sem quaisquer timidez ou rubor, é um verdadeiro detox mental.

Espero que tenha ajudado a vencer este tempo anómalo e surreal.
E que venham as vacinas quanto antes.