Estatua de Camões, Macau Orquestra Portuguesa Maria João, cantora de Jazz Dead Combo, Portugal Carlos Paredes Cantor lírico Mário Laginha, piano Júlio Resende e Salvador Sobral Bernardo Sassetti, pianista
O português é a quinta língua mais falada no mundo, língua oficial nos 9 países da CPLP: Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Graças aos movimentos das diásporas lusófonas, a geografia da nossa língua ultrapassa estas fronteiras e é utilizada diariamente na América do Norte, na Ásia e na Oceania, assim como em diversos países europeus.
Não admira, portanto, que seja já a língua mais falada no hemisfério sul e a terceira língua europeia mais falada no mundo. Segundo as últimas projeções demográficas da ONU, anteriores à atual pandemia, os cerca de 263 milhões de pessoas que falam português pelo mundo nos nossos dias passarão a 487 milhões no final do século. ( excerto do depoimento da investigadora Mónica Bastos num artigo da página da Universidade de Aveiro )
Esta introdução sobre a importância da Língua Portuguesa, visa fundamentar alguns pensamentos e constatações que se seguem.
Não sei se é da percepção do comum das pessoas, o desprezo e a falta de orgulho pela nossa língua pátria. Ora vejamos:
As calinadas da nossa imprensa escrita e sobretudo digital, revelando a falta de revisores do texto, perante a urgência da notícia, face à concorrência. Se estiverem interessados em ler uma tese escrita sobre o assunto por Inês Filipa Rebelo do Carmo, podem ver ou descarregar em pdf, A correção da língua portuguesa na imprensa
Os discursos dos nossos representantes políticos no estrangeiro, feitos em inglês e não na sua própria língua, como muitos de outros países o fazem.
A escassez de traduções para português, de software, jogos inclusive, manuais do utilizador, rótulos de produtos à venda e da deficiente divulgação da nossa cultura via internet de uma forma séria e bem documentada.
A esmagadora maioria das nossas rádios comerciais, excetuando as regionais, que passam quase exclusivamente música “pimba”, não divulgam boa música portuguesa, de qualidade, pelo menos em quantidade representativa da sua existência.
Não obstante existe e é de altíssima qualidade em todos os géneros e estilos. Se não fossem os canais digitais utilizados para a sua divulgação, e os poucos convites para atuarem ao vivo, já muitos teriam desistido ou emigrado.
Outro facto é o do pressuposto que música, é só música pop comercial anglo-saxónica, não existe música francesa, italiana, espanhola, norueguesa, israelita, islandesa, etc.
Julgo que existe a priori um preconceito sobre o que os ouvintes gostam ou não, como por exemplo: não gostam de música sinfónica, é só para uma minoria, não gostam dos cantautores relacionados com a Revolução do 25 de Abril, pois são comunistas ou muito datados, não gostam de canções negras e de letras muito intelectuais, de jazz, blues, etc. Ora, sem divulgação, sem ouvirem e assistirem ao vivo, como poderão se maravilhar e aplaudir a Musica.
A sensibilização para a Música não terá que ser efetuada logo nos primeiros anos de escola? Assim como o teatro, canto coral, etc.
A falta de orgulho e paixão pela cultura portuguesa, que tem que ser exportada, quantas vezes em inglês, e só depois de reconhecida fora de portas, então sim, pode ser admirada e ainda se ouve e lê : o quê, são portugueses? não sabia que havia tão bons músicos portugueses.
A predominância da notícia bombástica e principalmente de caris sanguinário e erótico mundano em detrimento do destaque à sagração nacional e internacional dos nossos valores, sejam eles artísticos ou científicos, contribui para a desvalorização do que é português, das notícias positivas e exemplares que, a meu ver, se devia seguir como critério deontológico dos profissionais de informação.