Filme de Jacques Rivette, 1974

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Há palavras, pessoas, instantes, impressões, que pairam durante anos à tona no nosso caldinho especial de memórias, e que sem sabermos realmente o porquê ou o resto da história, somos atraídos para os reviver e descobrir o que sentimos, agora, depois de todos esses anos.
Nunca mais me esqueci do nome deste filme, eu teria 17 ou 18 anos, e aquela ultima cena do barco, ficou-me bem gravada, sem me lembrar sequer do resto do filme, só me lembro que gostei bastante. Foi naquela época gloriosa da minha vida em que vi tudo ou quase, do grandioso cinema francês, italiano, alemão, espanhol, sueco (Bergman) e alguns bons filmes americanos. Era também uma época em que a cultura e a língua francesa, eram amplamente difundidas, quer na TV, rádio, salas de cinema (como o Quarteto, Nimas, Apolo 70) e julgo que era língua obrigatória no ensino secundário.
Hoje, o cinema como fruição coletiva e majestosa em monumentais salas de cinema ou mesmo em salas pequenas e cineclubes, foi substituído pelas salinhas de centros comerciais onde se vai ver cinema para comer pipoca e afins, com um pegajoso e barulhento ambiente, e pelas plataformas streaming domésticas. Penso que a magia do cinema já não é a mesma, agora é mais um produto de consumo cultural, fortuito, desatento e sem referências.