E um poema de T. S. Eliot
A Taxus baccata, de nome comum, Teixo, é uma espécie de gimnospérmicas arborescentes da família das taxáceas. As folhas são estreitas e aguçadas, sendo venenosas, contem taxina, podendo ser fatais se ingeridas em grande quantidade.
O nome do género Taxus, deriva do grego Taxis, que significa “linha” pela disposição das suas folhas. Taxus pela dureza, resistência e flexibilidade da sua madeira para fazer taxon – “arcos” (para a guerra ou caça), ou de toxicos – “veneno”. O restritivo específico baccata provém do latim bacca – “baga” em referência ao tipo de fruto.
As sementes estão rodeadas por um arilo carnudo, com cerca de 1 centímetro de comprimento, vermelho quando maduro. Este arilo é adocicado, e pode ser comido pois não é tóxico, mas o caroço pode matar.
A maturação dos frutos dá-se entre o final do Verão e inicio do Inverno.
É uma árvore com grande simbolismo no Inverno, pois representa o final do ano solar, que culmina com o Solstício de Inverno.
O Teixo mais antigo de Portugal tem cerca de 700 anos, está perto de Bragança. Existem exemplares com centenas de anos, classificados como «Árvores de Interesse Público»; é o caso de um teixo na povoação de Teixoso, na Covilhã. ( imagem no blogue, abaixo)
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A espécie tem distribuição natural nas regiões ocidental, central e sul da Europa, Norte da África, norte do Irão e sudoeste da Ásia.
Ocorre de forma espontânea nas terras altas de Portugal, podendo no entanto ser também cultivada. Na ilha da Madeira e Canárias surge como planta indígena e rara.
Como podemos observar no Mapa de Portugal, é considerada em perigo de extinção.
É uma árvore perene, de porte arbustivo ou arbóreo, que pode atingir, excecionalmente, os 20 metros de altura, com uma longevidade que pode chegar a 2000 anos.
Do teixo extrai-se o taxol, substância usada no tratamento de vários tipos de cancro, só recentemente produzida por hemisíntese química.
A madeira é muito dura, resistente e elástica, parecida com o ébano; muito procurada para trabalhos de marcenaria. No passado foi uma das madeiras mais utilizadas no fabrico de arcos para a guerra e caça. É aproveitada no fabrico de peças de mobiliário, em torneados, e esculturas. As suas raízes servem para fazer os arcos de violino.
Muito frequente em jardins, com numerosas cultivares de interesse ornamental. Como suporta bem a poda é usado em sebes.
Curiosidades
Na mitologia, o teixo é um símbolo de morte e de vida (usada para ornamentar cemitérios europeus pela sua elevada longevidade, associada à imortalidade).
Brigada da Floresta
Referências e excertos de :
«Little Gidding» de T. S. Eliot V Aquilo a que chamamos começo é muitas vezes o fim E criar um fim é criar um começo. O fim é a partir de onde começamos. E toda frase E enunciação correcta (onde cada palavra esteja bem acomodada, Ocupando o seu lugar para suportar as outras, A palavra nem tímida nem ostentatória, Uma fácil negociação entre o antigo e o novo, A palavra comum exacta sem vulgaridade, A palavra formal precisa, mas não pedante, O consórcio pleno dançando juntas) Cada frase e cada enunciação é um fim e um começo, Cada poema um epitáfio. E qualquer acção É um passo para o cadafalso, para o fogo, garganta do mar adentro Ou para uma pedra ilegível: e é aí que começamos. Morremos com os moribundos: Vejam, eles partem, e nós vamos com eles. Nascemos com os mortos: Vejam, eles retornam e trazem-nos com eles. O momento da rosa e o momento do teixo São de duração igual. Um povo sem história Não se redime do tempo, porque a história é um padrão De momentos intemporais. Assim, quanto a luz amortece Numa tarde de Inverno, numa capela recôndita A história é agora e Inglaterra. Com o traçar deste Amor e a voz deste Chamamento Não abdicaremos de explorar E o fim de toda a nossa exploração Será chegar aonde começámos E conhecer o local pela primeira vez. Através do desconhecido, imemorado portal Quando o último pedaço de terra deixado por descobrir Seja aquele que foi o começo; Na nascente do rio mais longo A voz da cascata escondida E das crianças na macieira Desconhecido, porque nunca o procuraram Mas ouvido, semi-ouvido, na quietude Entre duas ondas do mar. Rápido agora, aqui, agora, sempre Numa condição de simplicidade total (Custando não mais do que tudo) E tudo ficará bem e Todos os modos das coisas ficarão bem Quando as línguas de fogo se inflectirem Adentro do nó de fogo coroado E o fogo e a rosa sejam um. trad. Helena Barbas, de «Little Gidding», o último dos ‘Four Quartets’, dos últimos poemas escritos por T. S. Eliot (1888-1965)