O burro

Só quem não os conhece, lhes pode chamar de burros. Não sei qual a ideia desse nome, eles são tudo menos burros, e muito menos Asnos. São muito inteligentes. O seu nome científico é Equus africanus asinus, e os outros nomes, pelo qual é tratado, assentava-lhe muito melhor: jumento, jegue ou jerico.

Foi nosso companheiro, em desbravar caminhos pelas serras e montes, em carregamentos de toda a espécie, em explorações de territórios inóspitos, na lavoura, nas noras ou na guerra.

São muito meigos e dóceis, pelo que hoje, os utilizam em passeios e especialmente, no contacto com crianças especiais.

Espécies autóctones

O Burro, Equus asinus, acompanha o Homem desde os remotos tempos do Neolítico, tendo sido, segundo alguns autores, domesticado ainda antes do Cavalo. Em Portugal, assim como um pouco por todo mundo, este animal foi sistematicamente subestimado e esquecido, não tendo sido desenvolvido qualquer programa de preservação ou melhoramento. No entanto, as características do nosso mundo rural, nomeadamente nas regiões de interior, permitiram que o efetivo de asininos se tivesse mantido até aos dias de hoje. Foi precisamente na zona mais remota de Trás-os-Montes que se conservou uma das últimas variedades autóctones de asininos no território nacional: a Raça Asinina de Miranda.

A Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA)

Aqui na AEPGA, como em outras Associações, espalhadas pelo país, tentam salvaguardar a sua espécie, que se encontra em risco de extinção.

Testemunho de voluntariado na AEPGA
Voluntariado na AEPGA
Voluntariado na AEPGA

Após o final da primeira data da campanha “Voluntaria-te pelo bem-estar animal” recebemos o seguinte testemunho:

No passado mês de fevereiro, tivemos a oportunidade de fazer um voluntariado proporcionado pela AEPGA, uma associação maravilhosa, com pessoas e profissionais excelentes que prezam a continuação desta espécie autóctone em vias de extinção.

Durante uma semana, tivemos o prazer de conhecer os burros mirandeses, estes seres tão doces e curiosos (e alguns muito mimados), pelos quais nos apaixonámos instantaneamente. Pudemos conviver diariamente com os animais, prestar-lhes diversos cuidados, como escovar, dar banho, limpar cascos, alimentar, aprender como lidar com eles e entender a sua linguagem corporal. Não houve um dia em que não nos sentíssemos em paz e harmonia naquele ambiente rural, com pessoas tão calorosas que nos receberam de braços abertos e com muita paciência para nos responderem a todas as perguntas. Para além do “trabalho”, pudemos desfrutar de vistas lindíssimas e pores do sol surreais. É um cantinho de Portugal muito especial, ao qual esperamos voltar em breve pois, passado tão pouco tempo, já estamos a morrer de saudades. Agradecemos, do fundo do coração, à AEPGA por nos terem recebido tão bem e por disponibilizarem estes voluntariados, tendo-nos proporcionado uma experiência que nunca esqueceremos.”

Cristiana Pereira
Sofia Ponte
Allison Cardoso

O CAB é uma associação sem fins lucrativos, criada em 2011, com o intuito de garantir a proteção e o bem-estar aos asininos e muares, sobretudo na região do Nordeste Transmontano. No entanto, dá apoio e desenvolve a sua ação em todo o território nacional e na região de fronteira entre Portugal e Espanha.

Através da prestação de cuidados veterinários, procura melhorar as condições de vida dos animais que se encontrem doentes ou idosos, sujeitos a maus-tratos, em situação de abandono ou que necessitam de um novo lar, no caso dos seus donos – por motivos de doença ou idade avaçada – ficarem impossibilitados de os cuidar.

Com o propósito de revalorizar os animais resgatados que ainda apresentem boa saúde, o CAB tem um programa de adopção que os reintegra em novos lares. O programa decorre apenas no Nordeste Transmontano para que o CAB possa acompanhar as diferentes fases deste processo e actuar assim que seja necessário.

Centro de acolhimento do burro, CAB
2O Burro da graciosa (tronco africano)
Burro da Graciosa, Açores

O Burro da Graciosa é um pequeno burro, com uma média de 107 cm ao garrote. O pelo é geralmente de cor cinza pálido ou castanho-rato, mas também pode ser louro ou preto; a barriga, o focinho e o contorno dos olhos são mais pálidos. Uma faixa dorsal mais escura e uma faixa nos ombros são frequentemente vistas, especialmente em animais de cor clara; as pernas podem ter listas de zebra.

Fonte : Catálogo Oficial de Raças Autóctones Portuguesas

Quintas, Escolas e espaços de proteção do asinino e outros animais.

Nota : Há um subsídio de ajuda à criação de raças autóctones, ver aqui no IFAP

Um pensamento sobre “O burro

  1. Quando era criança andei uma vez em cima de um burro que pertencia a um tio avô que vivia no campo, nos arredores de Silves. Nunca mais esqueci esse momento!
    E há poucos anos, numa passeio pelas salinas do Samouco fomos seguidos e acompanhados durante bastante tempo por um simpático burro. Deve ter gostado de nós e então decidiu fazer de guarda-costas. Foi tão engraçada a situação.

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