
Lena Pires
caos turbilhão de objetos explosões e contenções sensitivas não é a minha casa é uma montanha russa em Chernobyl absorvo o tempo com equações matemáticas integrais de áreas rigorosamente pequenas onde não caibo as memórias ficam só levo o meu corpo em perpetuas fantasias o presente é impreciso distraído o sonho de libertação permanente e indelével consome-me a vida baralha-me os planos encima tudo a fuga é impossivelmente o desfecho cega não olho o odor a pó de anos de acrescentamento de descartáveis o espaço inestético é só preenchível até ao infinitamente possível como uma sem abrigo a viver com um acumulador lá pairando como um fantasma