

O Terramoto de 1755, a emigração e os salários baixos
Provavelmente será o Terramoto de 1755 de Lisboa, que se propagou também para o Sul do país, ilhas da Madeira e Açores e Norte de África, registando-se cerca de 90 mil mortos só em Lisboa, a maior catástrofe social, política, económica, mental e filosófica de todo os tempos e com a maior certeza, a causa das nossas incongruências, insuficiências, falta de sentido pátrio, fugas fiscais, fados e fadunchos, emigração em massa, medos e ansiedades vários que nos tolhem o desenvolvimento.
O maior desejo dos portugueses é abalar, por várias razões, sendo a primeira, atualmente, de ordem salarial. Acho que também não há problema, ficamos com os emigrantes, que são eles que sustentam a nossa economia, a cultura e a diversidade criativa na atualidade. Ficamos a ganhar. Já agora, se a causa é porque ganham mal, não só os da saúde e da ciência, mas todos, porque não os aumentam para o dobro pelo menos? A principio haverá umas raivas e burburinhos, ameaças e tentativas de golpitos de estado, mas depois tudo se acalmava, em virtude da vida mais pacífica e prazenteira! Não é nenhum papão, experimentem!
A questão salarial, é mais um preconceito, talvez um mito urbano, não uma questão económica! Como tal, nada mais fácil, é só ultrapassar esse mal entendido. Aumentem os vencimentos, reduzam o horário de trabalho, respeitem os vossos funcionários, e verão, meus senhores, que a vida e os negócios vos sorrirão. Não precisam de ir à bruxa, nem recorrer aos paraísos fiscais ou ter bons amigos nos bancos, nada disso. Basta tornar felizes os vossos empregados. Simples!
Este preâmbulo, vem a propósito de um projeto muito interessante, que espero ir ver, o “Quake – Centro do Terramoto de Lisboa”, que permite vivenciar o período histórico à data do terramoto de 1755, como a própria sensação do sismo, com o ruir dos edifícios, seguido das labaredas por todo o lado e por fim o tsunami, que destruiria quase completamente Lisboa e outras cidades do Algarve e Setúbal, como Vila real de Santo António.
O Quake reúne os trabalhos dos sismólogos Susana Custódio e Luís Matias, professores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigadores do Instituto Dom Luiz, bem como do historiador e escritor André Canhoto Costa. Marta Pisco, produtora de teatro, foi a responsável por coordenar o processo criativo em articulação com os conteúdos científicos e históricos apresentados pelos especialistas.
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